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Com aval de Bolsonaro, Tarcísio costura aprovação da anistia e pavimenta apoio para 2026

Enquanto os advogados de Jair Bolsonaro (PL) foram ao Supremo Tribunal Federal (STF)contestar as alegações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, aliados políticos do ex-presidente usaram a mobilização em torno do julgamento nesta semana para tentar destravar a aprovação da anistia na Câmara. Além de consolidar o apoio da maioria dos deputados, a oposição viu a pressão sobre o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), aumentar com a entrada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas negociações. 

O governador paulista esteve em Brasília entre terça (2) e quarta-feira (3) para se reunir com diversas lideranças políticas e destravar a aprovação do projeto que pode beneficiar Bolsonaro. A movimentação de Tarcísio contou com o aval do próprio ex-presidente, que também se reuniu com Arthur Lira (PP-AL) nesta semana e pediu que o ex-presidente da Câmara trabalhasse para que a anistia fosse votada na Casa. 

Dentro do PL, partido de Jair Bolsonaro, a expectativa é de que a proposta seja colocada em votação em até duas semanas, após a conclusão do julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado pelo STF. O último compromisso de Tarcísio na capital federal foi justamente um jantar com Hugo Motta e os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), para debater o texto. 

“Neste momento, o Tarcísio tem sido muito importante, não só pelo peso da figura política do governador, mas também pela presença do Republicanos, que é o partido do presidente [da Câmara], Hugo Motta. A participação do governador Tarcísio é de suma importância para que a gente consiga pautar o projeto da anistia”, disse Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Câmara, à Gazeta do Povo. 

A pressão sobre Hugo Motta ocorre após partidos do Centrão, como o União Brasil e o PP, declarem apoio formal ao texto da anistia. Na mesma semana, a federação formada pelos dois partidos – a União Progressista – anunciou a saída da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além desses partidos, do PL, do Novo e do Republicanos, o projeto da anistia tem ainda o apoio de parte das bancadas do PSD e do MDB. 

A tendência é de que o assunto ganhe força na próxima reunião de líderes da Câmara, prevista para terça-feira (9). Após a articulação de Tarcísio, líderes da oposição indicaram que o apoio cresceu entre os deputados e, com isso, já teriam maioria ampla, fator reconhecido como fundamental para a aprovação da matéria.

“A anistia precisa ser pautada. Entendemos que já está construída com os demais partidos, temos votos de plenário e não há motivo para não pautar, até para mostrar que a sociedade brasileira está querendo virar a página”, disse Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. 

Articulação de Tarcísio de Freitas pavimenta candidatura para 2026 

Apesar do apelo dentro do PL para que Bolsonaro seja o candidato da direita em 2026, líderes do partido admitem que a aprovação da anistia pode não recuperar os direitos políticos do ex-presidente antes do período eleitoral do ano que vem. Além da aprovação na Câmara, o texto ainda depende de aprovação do Senado e os próprios parlamentares admitem que o tema pode ser barrado no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Além disso, Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte Eleitoral condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022, quando promoveu uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para criticar o sistema eletrônico de votação. Ou seja, essa inelegibilidade é uma questão já julgada pela Justiça Eleitoral e não tem relação direta com o processo em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

Com isso, Tarcísio de Freitas é considerado pelos partidos de centro-direita como o nome que pode ser consolidar contra a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. 

Além do PL de Bolsonaro, o grupo em torno do nome do governador de SP para o Palácio do Planalto conta com a adesão do PP, do Republicanos, do União Brasil e do PSD. Apesar disso, Tarcísio tem dito que será candidato à reeleição ao governo paulista, mas seus aliados acreditam que, com o aval de Bolsonaro, ele terá musculatura para concorrer ao Palácio do Planalto. 

Fonte: Gazeta do Povo

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